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  • Foto do escritorRosimeire B Wancelotti

CIRURGIA BARIÁTRICA - SEMPRE ALÉM DA ESTÉTICA

Atualizado: 2 de mai. de 2019






É comum a pessoa que decide se submeter a uma cirurgia para tratar a obesidade sentir necessidade de justificar que está tomando a decisão por uma questão de saúde e não estética. Ou porque já tem algum problema como: diabetes, pré-diabetes, hipertensão, gordura no fígado, apneia do sono, problemas cardiovasculares e/ou ortopédicos, ou, porque teme desenvolver alguma complicação de saúde face a um peso elevado, principalmente quando há um histórico familiar de doença.


Todas as pessoas com elevado grau de obesidade carregam consigo inúmeras histórias e vivências desagradáveis. Perguntar a quem vai operar se é uma decisão por conta de estética mostra a falta de compreensão desse universo dos que sofrem devido ao peso. Independentemente da triste gordofobia (fenômeno do preconceito com pessoas gordas por conta de uma estética ideal imposta pela sociedade), é inegável que pessoas com peso elevado sofrem um prejuízo em sua qualidade de vida. Contam com menor mobilidade (assista o vídeo abaixo e verá a expectativa em poder novamente fazer o simples ato de cruzar as pernas ou amarrar os sapatos); tem seus órgãos e articulações sobrecarregados pela gordura que em curto, médio ou longo prazo acarretarão inflamações que conduzirão a várias complicações de saúde; roncam (devido ao excesso de gordura na região da garganta) - o que prejudica a qualidade do seu sono e do sono do companheiro; temem sentar-se em certas cadeiras que podem facilmente quebrar; são limitados em vários espaços como acentos de avião e outros transportes públicos; não se sentem à vontade em trajes menores em praia e piscina; tem um prejuízo na vida sexual tanto por conta de um desequilíbrio hormonal como por sentir-se pesado e desconfortável sem roupas na frente do parceiro. Tem dificuldades para comprar roupas devido às limitadas ofertas e altos custos. Lamentam a falta de disposição para exercícios físicos e atividades como brincar com os filhos e netos.


É fundamental compreender que obesidade não é somente uma questão de estigma social e gordofobia, mas, é sim, classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma doença crônica, fator de risco para o desencadeamento de inúmeras doenças. Muitos outros exemplos poderiam ser citados para justificar que, ainda que uma pessoa obesa não apresente uma complicação relacionada ao excesso de peso, com tantos prejuízos em sua qualidade de vida, que geralmente afetam diretamente sua autoestima e capacidade social, não existe cirurgia bariátrica baseada “somente em estética”. Julgar desta forma é mais uma violência, desvalorizando tudo que vivencia um obeso. Não é incomum conhecermos pessoas que alegam não se incomodar e não ter prejuízo qualquer por conta do corpo gordo, e que justificam somente ter tomado a decisão de passar pelo tratamento cirúrgico da obesidade após terem recebido alguma notícia muito ruim do médico por conta de seu estado de saúde. Em todos estes casos, na minha experiência profissional, estas pessoas estão tão adaptadas que não se dão conta dos prejuízos. Depois de alguns meses com dezenas de quilos a menos retornam ao consultório relatando com satisfação mudanças positivas percebidas na sua qualidade de vida, questionando-se por não terem percebido antes inúmeras limitações.

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